
Tocando e cantando seu ‘Inverno’, letra romântica que escreveu baseado em ‘As Quatro Estações’, de Vivaldi, Lucas Lima conta os dias aguardando a primavera. Será na estação das flores que o compositor, caçula que tornou-se líder de uma família de músicos, subirá ao altar com a noiva Sandy, estendendo as partituras do clã que mistura um pouco de tudo no palco. Ou quase tudo.
“Resolvemos limitar nossa gama de influências e focamos em música erudita, rock, jazz e eletrônica”, diz Lucas, definindo as aventuras sonoras da Família Lima, grupo que fará sexta-feira, no Canecão, o show do CD/DVD ‘Carmina Burana’. Aos 25 anos e concluindo a faculdade de Composição, Lucas mantém o estilo discreto que marcou desde o início a carreira de sua famosa cara-metade. Não confirma a data do casório, que estaria marcado para setembro, e despista os curiosos.
“Digo que não será o casamento do ano. Somos assim, sem badalação, até porque é difícil ter um relacionamento legal nessa profissão”, afirma. “Já falaram em vestidos, cardápios e até numa casa de R$ 3 milhões, olha que absurdo. Ficamos sabendo disso tudo pelas revistas”, diz. “E ainda inventaram uma gravidez da Sandy, algo que nos chateou de verdade”, completa.
Após seis anos de namoro, Lucas se inspira na cantora. E a cobre de elogios: “Aprendo muito com a forma que a Sandy sempre levou seu trabalho, de maneira consistente e competente. E hoje tornou-se também uma grande compositora. Está fazendo músicas cada vez melhores, tem muitas idéias, uma criatividade absurda”, analisa. E afasta inicialmente a idéia de produzir o primeiro disco de Sandy na carreira solo, previsto para 2009. “Não sei se conseguiríamos conciliar nossas agendas. No momento ela está curtindo bem esse período sabático na carreira”.
Entre as duas famílias musicais o clima é de amizade e colaboração intensa. “Admiro muito todos na família da Sandy, são exemplos como artistas e como pessoas”, afirma Lucas.
O futuro cunhado Junior, inclusive, fez algumas das fotos de divulgação do show da Família Lima, formada por Zeca, o pai, os filhos Lucas, Moisés e Amon-Rá, e o sobrinho Allen. “Nós somos uma grande família e todos que participaram do disco estão ligados a ela de alguma forma”, diz o músico.
Clássicos misturados com guitarra
O disco ‘Carmina Burana’ partiu de experiências de Lucas com trechos da obra homônima do compositor erudito Carl Orff. Inserindo trechos de música eletrônica, elementos de rock e drum’n’bass, o grupo recria também peças de Mozart e Puccini e mostra composições próprias entre violinos e guitarras.
“No começo, o pai era o líder. Hoje, a relação é de colaboração total, são todos sócios majoritários”, brinca Lucas. E comenta: “Muita gente pega músicas dos anos 70 para samplear, como Amy Winehouse e Madonna. Fazemos o mesmo com coisas do século 17”. Nos 14 anos do grupo, o Canecão foi palco de temporada de cinco semanas em 1999, que resultou na gravação de um disco ao vivo.
[Comentário do Razão: bom, pelo menos não falaram SÓ na Sandy...]